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ManpowerGroup Employment Outlook Survey 1T26

Written by ManpowerGroup Portugal | Dec 9, 2025 2:30:00 PM

Automação já impacta decisões de contratação para o primeiro trimestre de 2026

Conclusões do ManpowerGroup Employment Outlook Survey: 1º trimestre de 2026

  • Projeção para a Criação Líquida de Emprego nacional revela-se otimista, apesar de cautelosa, com Portugal a situar-se na metade inferior a nível global em termos de perspetivas
  • Face ao trimestre anterior, as empresas pretendem contratar, em média, menos colaboradores


As perspetivas de contratação em Portugal para o primeiro trimestre de 2026 são otimistas, com uma Projeção para a Criação Líquida de Emprego de +19%, segundo dados do ManpowerGroup Employment Outlook Survey. Os empregadores nacionais mantêm-se resilientes num contexto de incerteza, com as intenções de contratação a recuperarem face aos dois trimestres anteriores e a voltarem aos níveis de início de 2025. A Projeção aumenta, por isso, 5 pontos percentuais face ao trimestre anterior e 1 ponto percentual quando comparada ao primeiro trimestre do ano. Não obstante, a média do talento que as empresas pretendem contratar diminuiu face aos meses de outubro a dezembro, passando de 7 para 4 trabalhadores.

 

 

Os empregadores portugueses estão moderadamente otimistas em relação às contratações do primeiro trimestre de 2026, movidos pelo fortalecimento da nossa economia, com a revisão em alta da previsão de crescimento do PIB para 2025, por parte do Banco de Portugal, bem como pela melhoria na projeção da OCDE para 2026, revista para 2,2%. A estabilidade da taxa de desemprego e o aumento do rendimento disponível contribuem para um aumento no consumo das famílias, que se reflete numa procura interna robusta, alimentada também pelo aumento do investimento proveniente dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência.” explica Rui Teixeira, Country Manager do ManpowerGroup Portugal. “Apesar deste cenário interno, temos uma economia bastante aberta ao exterior, e a incerteza geopolítica e económica global, bem como os conflitos regionais, continuam a ter impacto e acrescentar incerteza ao contexto empresarial. Assim, no geral, o sentimento em relação à contratação melhora face aos trimestres anteriores, mas mantém-se cauteloso, com contratações cada vez mais estratégicas e a favorecerem reforço de competências críticas em vez de volume.”, conclui.

Crescimento das empresas continua a ser o principal motivo para a contratação no primeiro trimestre de 2026

Para os empregadores nacionais, o crescimento das empresas é a razão predominante para o crescimento das suas Projeções de contratação (42%), representando um aumento de 7 pontos percentuais face ao trimestre anterior. No mesmo sentido vemos também outras motivações ligadas ao desenvolvimento de negócio, tais como a necessidade de recursos para projetos específicos, referida por 23% dos empregadores, e novas iniciativas que criam novas funções, mencionada por 20%.

Para além deste fator, os empregadores destacam igualmente as motivações ligadas ao preenchimento de vagas que transitam já de trimestres passados, com 23% a referirem o preenchimento de posições abertas no trimestre passado e 15% a querer preencher funções abertas antes do último trimestre.

A tecnologia continua igualmente a ser um fator relevante, impulsionando 17% das organizações a planear aumentar o número de trabalhadores.

 

Automação e eficiência de processos estão na origem da redução no número de postos de trabalho

As principais razões apresentadas para a redução no número de postos de trabalho são a automação e as melhorias de processos com vista a maior eficiência, com consolidação de funções, ambas apontadas por 24% dos empregadores em Portugal. Este contexto reflete o esforço das empresas para reforçarem a sua competitividade num ambiente global cada vez mais exigente, integrando mais tecnologia e otimizando os seus processos de gestão, algo que impulsiona a produtividade, mas que também transforma os perfis de talento de que necessitam.

 

Empregadores nacionais do setor de Comércio & Logística apresentam as intenções de contratação mais otimistas

Todos os setores analisados avançam intenções de contratação positivas, para o primeiro trimestre de 2026, com os setores de Comércio & Logística, Indústria, e Finanças & Seguros a revelarem-se os mais otimistas segundo os empregadores em Portugal.

 

O setor de Comércio e Logística apresenta a maior Projeção para a Criação Líquida de Emprego, fixando-se nos +29%, e registando um crescimento de 9 pontos percentuais face ao período homólogo de 2025. Segue-se o setor da Indústria, que se posiciona nos +26%, e revela o maior crescimento de todos os setores analisados, subindo 24 pontos percentuais na comparação ano-a-ano. Já o setor de Finanças e Seguros, com uma Projeção de +24%, abranda o seu crescimento relativamente ao mesmo período de 2025, mas revela uma evolução de 12 pontos percentuais face aos três meses anteriores.

O setor de Tecnologia e Serviços de Informação apresenta a Projeção menos robusta, mas ainda assim moderadamente otimista, de +10%, abrandando 12 pontos percentuais face ao período homólogo de 2025. No entanto, ao analisar o subsetor de Tecnologia & Serviços de IT, o cenário inverte-se com uma Projeção significativamente elevada, de +36%, refletindo um crescimento de 10 pontos percentuais face aos três meses anteriores, traduzindo a continuidade na trajetória de recuperação iniciada nesse período.

 

A nível regional, empregadores da Região Sul revelam um forte otimismo, face a um abrandamento das Áreas Metropolitanas

A análise regional demonstra que todas as regiões apresentam expectativas de criação de emprego positivas, para os primeiros três meses de 2026.

A Região Sul destaca-se com a Projeção para a Criação Líquida de Emprego mais robusta, de +30%, registando um crescimento de 5 pontos percentuais face aos meses de janeiro a março de 2025. Segue-se a Região Centro, com uma Projeção de +24%, em crescimento de 5 pontos percentuais relativamente ao mesmo período, e a Região Norte, com +16%, também a registar um aumento de 4 pontos percentuais na comparação anual.

Já os empregadores da Grande Lisboa (+17%) e do Grande Porto (+11%) registam intenções de contratação igualmente positivas, mas menos otimistas.

 

Nos extremos, Micro, Pequenas e Grandes Empresas de mais de 5000 trabalhadores mostram maior prudência

As Grandes Empresas entre 1000 e 4999 trabalhadores apresentam as perspetivas mais otimistas para o primeiro trimestre de 2026, fixando-se nos +25%.

Seguem-se as Grandes Empresas de até 1000 trabalhadores, com intenções sólidas de +22%, e as Médias Empresas com +20%.

As perspetivas de contratação nos extremos - Micro e Pequenas Empresas e Grandes Empresas de mais de 5000 trabalhadores - são positivas, mas mais conservadoras.

 

Intenções de contratação dos empregadores globais abrandam na América do Norte, apesar de mostrarem uma ligeira melhoria na Europa

A Projeção para a Criação Líquida de Emprego global no primeiro trimestre de 2026 fixa-se nos +24%, um valor que, apesar de relativamente estável, reflete cautela por parte dos empregadores. Apesar de se verificar um aumento de 1 ponto percentual em relação ao último trimestre, regista-se uma diminuição de 1 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2025.

A América do Norte continua a perder impulso pelo terceiro trimestre consecutivo, caindo para uma Projeção de +25%. Já as perspetivas de emprego na Europa registam uma ligeira melhoria, pelo segundo trimestre consecutivo, com uma Projeção para a Criação Líquida de Emprego de +19%, embora com um pequeno declínio em relação ao ano anterior.

O estudo trimestral do ManpowerGroup entrevistou 39.063 empregadores, em 41 países e territórios. O próximo estudo será divulgado em março de 2026 e divulgará as expectativas de contratação para o segundo trimestre de 2026.

 

 

 [1] A Projeção para a Criação Líquida de Emprego resulta da diferença entre a percentagem de empregadores que planeia aumentar a sua força de trabalho e a percentagem de empregadores que planeia reduzi-la.