ManpowerGroup Employment Outlook Survey 3T24
Portugal é o segundo país a nível mundial que mais recupera nas intenções de contratação entre trimestres
Cenário de incerteza aumenta a cautela nas intenções de contratação dos empregadores para os próximos três meses
Conclusões do ManpowerGroup Employment Outlook Survey: 2º trimestre de 2025
Para os próximos três meses, os empregadores nacionais demonstram intenções de contratação moderadamente positivas, mas mais cautelosas, com a Projeção para a Criação Líquida de Emprego1 a fixar-se nos +16%, segundo dados do ManpowerGroup Employment Outlook Survey. Este valor representa uma diminuição de 3 pontos percentuais face ao trimestre anterior e de 2 pontos percentuais quando comparado com o período homólogo do ano passado.
Num universo de 524 empresas portuguesas inquiridas, 34% dos empregadores pretendem aumentar as suas equipas, 18% anteveem reduzir e 45% planeiam manter o seu número atual de colaboradores. Estes valores refletem, assim, um cenário de contenção nas contratações nacionais.
“As intenções de contratação para o terceiro trimestre de 2025 revelam um mercado de trabalho cauteloso, com os empregadores portugueses a manterem-se positivos, ainda que contidos, em relação ao aumento da sua força de trabalho, num contexto marcado por uma acentuada incerteza, tanto a nível interno como internacional”, afirma Rui Teixeira, Country Manager do ManpowerGroup Portugal. “A nível global, verificamos que os riscos associados à desaceleração económica e às tensões no comércio internacional continuam a influenciar a confiança das empresas e, em Portugal, a instabilidade política recente e a revisão em baixa das previsões de crescimento do PIB refletem-se num ambiente de maior prudência por parte dos empregadores. Ainda assim, apesar dos sinais de abrandamento, as empresas mantêm o foco na contratação estratégica, à medida que se adaptam a um cenário económico mais volátil", conclui.
Redução nas perspetivas de contratação dos setores de Bens e Serviços de Consumo, da Indústria Pesada e Materiais e dos Transportes, Logística e Automóvel
Todos os setores revelam intenções de contratação positivas para o terceiro trimestre do ano, com o setor de Energia e Utilities a destacar-se com a Projeção para a Criação Líquida de Emprego mais elevada, situando-se nos +34%. O setor dos Serviços de Comunicação acompanha este otimismo e regista também intenções de contratação sólidas, com +30%. Ambos setores revelam um crescimento considerável entre trimestres e na comparação anual.
Seguem-se os setores da Saúde e Ciências da Vida e de Finanças e Imobiliário, também com um sentimento favorável às contratações e Projeções de +29% e +21%, respetivamente.
Tanto o setor das Tecnologias de Informação como o de Bens e Serviços de Consumo revelam Projeções para a Criação Líquida de Emprego positivas, de +19% e +13%, mas menos otimistas do que no trimestre anterior, com uma quebra de 6 e 8 pontos percentuais, respetivamente.
No setor da Indústria Pesada e Materiais, as perspetivas de contratação são mais conservadoras, situando-se nos +10%, um valor que revela um abrandamento considerável entre trimestres, com menos 14 pontos percentuais, e ano-a-ano, com menos 12 pontos percentuais. Já as empresas de Transportes, Logística e Automóvel avançam com uma Projeção de +9%, apresentando as descidas mais consideráveis de todos os setores: 19 pontos percentuais face ao trimestre anterior e 16 pontos percentuais relativamente ao mesmo período do ano passado.
Grande Porto, Grande Lisboa e Região Norte abrandam intenções de contratação
Todas as regiões apresentam intenções de contratação positivas para os meses de julho a setembro, mas apenas duas registam um crescimento em relação ao trimestre anterior e ao período homólogo de 2024.
O sentimento de maior confiança nas contratações é observado na Região Centro e na Região Sul, com os empregadores a avançarem uma Projeção para a Criação Líquida de Emprego de +29% e +24%, respetivamente. A Região Centro apresenta a subida mais acentuada comparativamente aos mesmos meses do ano passado, crescendo 22 pontos percentuais. Já a Região Sul, impactada pelo efeito da época do turismo, é a que regista a maior evolução face ao trimestre passado, revelando um aumento considerável de 18 pontos percentuais.
Empregadores das Microempresas pretendem reduzir as suas equipas, apresentando regressão mais acentuada
Cinco das seis categorias de dimensão de empresa analisadas apresentam previsões de contratação positivas para o terceiro trimestre de 2025. No entanto, apenas as Pequenas Empresas e as Grandes Empresas de mais de 5000 trabalhadores registam uma evolução positiva face ao trimestre passado.
As Microempresas são as únicas que avançam com intenções de contratação negativas, com um valor de -15%, o que se traduz numa redução líquida de emprego. Estas últimas são as que apresentam a maior descida, não só entre trimestres, com menos 38 pontos percentuais, mas também face ao mesmo período de ano passado, revelando uma diminuição de 41 pontos percentuais.
Enquanto o crescimento da empresa é o principal motivo para contratar no terceiro trimestre, os desafios económicos são apontados como o maior desafio para os empregadores
No que respeita às razões dos empregadores relativamente às suas intenções de contratação, o crescimento da empresa é a principal razão apontada para a criação de emprego, sendo destacada por 34% dos empregadores. No entanto, para 38% das organizações, os efeitos combinados da transformação nos modelos de negócio e da digitalização representam também uma das principais motivações de contratação.
Já no que respeita aos empregadores nacionais que projetam uma redução no número de colaboradores no terceiro trimestre, estes destacam os desafios económicos (26%) como principal motivo para reduzir as suas equipas. Também aqui se nota o impacto da transformação digital, com 28% dos empregadores a referir a evolução nas necessidades de competências e/ou a automação como fatores impulsionadores das reduções nas equipas.
Intenções de contratação positivas a nível global, mas abrandamento revela cautela por parte dos empregadores
As Projeções para a Criação Líquida de Emprego a nível Global e na Região EMEA traduzem um abrandamento face ao trimestre anterior. O sentimento em Portugal revela ummaior pessimismo e o país encontra-se na metade inferior de todos os países analisados, no que respeita às suasexpectativas de emprego.
O estudo trimestral do ManpowerGroup entrevistou mais de 40.600 empregadores, em 42 países e territórios. O próximo estudo será divulgado em setembro de 2025 e divulgará as expectativas de contratação para o quarto trimestre do ano.
[1] A Projeção para a Criação Líquida de Emprego resulta da diferença entre a percentagem de empregadores que planeia aumentar a sua força de trabalho e a percentagem de empregadores que planeia reduzi-la.
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