ManpowerGroup Employment Outlook Survey 4T24
Intenções de contratação das empresas nacionais são positivas, mas crescimento abranda
Intenções de contratação das empresas portuguesas abrandam pelo segundo trimestre consecutivo
Conclusões do ManpowerGroup Employment Outlook Survey: 2º trimestre de 2025
Projeção para a Criação Líquida de Emprego1 mantém-se positiva, com um valor de +14%, mas continua a abrandar, colocando Portugal nove pontos abaixo da média global
Para os três últimos meses do ano, as intenções de contratação dos empregadores nacionais mantêm-se positivas, mas continuam a abrandar face aos trimestres anteriores, com a Projeção para a Criação Líquida de Emprego a situar-se nos +14%, segundo dados do ManpowerGroup Employment Outlook Survey. Este valor traduz um cenário de aumento líquido de emprego, mas em desaceleração, com uma diminuição de 2 pontos percentuais face ao trimestre anterior e de 6 pontos percentuais quando comparado com o período homólogo do ano passado.
Num universo de 522 empresas portuguesas inquiridas, 43% planeiam manter o seu número atual de colaboradores, 34% pretendem aumentar as suas equipas e 21% anteveem reduzi-las, revelando, assim, que um número crescente de empresas pretendem manter a sua força de trabalho estável.
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“As intenções de contratação dos empregadores nacionais refletem uma postura de maior cautela, colocando Portugal na metade inferior dos países analisados, em termos de expectativas de criação de emprego para os próximos três meses”, explica Rui Teixeira, Country Manager do ManpowerGroup Portugal. “De facto, embora os dados do INE tenham revelado um crescimento do PIB Português no segundo trimestre, a nível global, a desaceleração em grandes economias relevantes para o nosso país e a incerteza em torno da aplicação de tarifas por parte dos EUA, que teve o seu ponto alto no mês de julho, e que agora se concretiza num aumento para 15%, tem tido um impacto direto nos setores mais expostos ao comércio internacional e ao sentimento dos consumidores. Esta necessidade de equilíbrio entre a resiliência interna e os riscos externos leva, assim, as empresas nacionais a mostraram-se prudentes no aumento da sua força de trabalho, adotando uma abordagem que lhes permite limitar riscos ao lidarem com estes desafios.", conclui
Evolução nas tarifas do comércio internacional promove abrandamento nas intenções de contratação de alguns setores, como é o caso dos Bens e Serviços de Consumo
Os empregadores de oito dos nove setores analisados antecipam intenções de contratação positivas para o último trimestre do ano. O setor dos Serviços de Comunicação posiciona-se como o mais otimista, com intenções robustas de +38%, registando um crescimento face ao trimestre anterior de 11 pontos percentuais. Com a mesma Projeção, o setor da Energia e Utilities continua também a registar crescimento nas intenções de contratação, registando um aumento de 4 pontos percentuais face ao trimestre passado. Apesar do sentimento de abrandamento nas prioridades de transformação energética, as empresas deste setor continuam a reforçar as suas equipas com perfis verdes, bem como talento capaz de promover o crescimento do negócio.
Segue-se o setor das Tecnologias de Informação, que retoma uma trajetória de crescimento de emprego, à medida que as empresas avançam com as suas iniciativas de transformação digital. A Projeção para Criação Líquida de Emprego alcança assim um valor de +22%, 3 pontos percentuais acima do registado de junho a setembro e 9 pontos percentuais acima do verificado no período homólogo de 2024.
Os setores de Transportes, Logística e Automóvel e Saúde e Ciências da Vida fixam-se com perspetivas respeitáveis de +14% e +13%, enquanto as empresas dos setores de Indústria Pesada e Materiais e de Finanças e Imobiliário apresentam intenções de contratação positivas, mas em abrandamento, com Projeções de +8% e +9%, respetivamente.
Finalmente, o setor de Bens e Serviços de Consumo é aquele que apresenta a Projeção para a Criação Líquida de Emprego menos otimista, de -9%, traduzindo descidas fortes de 18 pontos percentuais face ao trimestre passado e de 28 pontos percentuais face aos mesmos meses do ano passado. Este cenário pessimista traduz sobretudo o efeito do aumento das tarifas dos EUA aplicadas a subsetores como têxtil, bens de luxo ou ainda produtos alimentares.
Empregadores da Região Centro apresentam maior dinamismo nas contratações, enquanto Região Sul antecipa uma redução do número de trabalhadores
Quatro das cinco regiões em Portugal apresentam intenções de contratação positivas para os meses de outubro a dezembro, com apenas a Região Sul a presentar uma Projeção negativa. Desde o último trimestre, o sentimento de contratação enfraquece-se em três regiões, número que sobre para as quatro quando comparado com o mesmo trimestre do ano passado.
A região mais dinâmica para o último trimestre do ano é a Região Centro, com uma Projeção de +21%. Segue-se a Grande Lisboa, que melhora as suas perspetivas de contratação relativamente ao trimestre passado, com a Projeção a fixar-se nos +19%, e o Grande Porto, com um valor de +13%, que revela, ainda assim, um abrandamento de 8 pontos em relação aos três meses anteriores e o impacto das tarifas nesta região com forte presença industrial e exportadora.
Grandes Empresas de mais de 5000 trabalhadores resistem ao efeito da incerteza global, enquanto as Microempresas acumulam o segundo trimestre consecutivo de expectativas de redução líquida de emprego
Cinco das seis categorias de dimensão de empresa analisadas apresentam previsões de contratação positivas para o último trimestre de 2025, mas só as Grandes Empresas de mais de 5000 trabalhadores parecem resistir ao efeito do arrefecimento económico e incerteza global, com uma Projeção de +31% e um crescimento considerável de 17 pontos percentuais, face ao terceiro trimestre do ano. Seguem-se as Médias Empresas, com uma Projeção sólida de +25%, refletindo uma estabilidade face ao trimestre passado, com um aumento ligeiro de 2 pontos percentuais, mas um abrandamento de 12 pontos percentuais face ao mesmo período do ano passado.
Inversamente, as Microempresas avançam com intenções de contratação negativas, com um valor de -11%, acumulando, assim, o segundo trimestre de previsões de redução líquida de emprego.
Contexto de incerteza global persiste, levando a um abrandamento do crescimento do emprego em todo o mundo
Embora o mercado de trabalho global ainda pareça resiliente, há sinais de abrandamento no que toca à criação de emprego, com mais de metade dos países e territórios inquiridos a relatarem um declínio nas suas perspetivas em relação ao último trimestre. De facto, há menos organizações a planear aumentar as suas equipas (38% face a 40% no trimestre passado), e mais empregadores a planear manter o seu número atual de colaboradores (45% face a 42%).
Neste sentido, de outubro até ao final do ano a Projeção para Criação Líquida de Emprego global cai 1 ponto percentual face ao registado no último trimestre, fixando-se nos +23%.
O estudo trimestral do ManpowerGroup entrevistou 40.533 empregadores, em 42 países e territórios. O próximo estudo será divulgado em dezembro de 2025 e divulgará as expectativas de contratação para o primeiro trimestre de 2026.
[1] A Projeção para a Criação Líquida de Emprego resulta da diferença entre a percentagem de empregadores que planeia aumentar a sua força de trabalho e a percentagem de empregadores que planeia reduzi-la.
Intenções de contratação das empresas nacionais são positivas, mas crescimento abranda
ManpowerGroup Employment Outlook Survey: 4º trimestre 2019:
Cenário de incerteza aumenta a cautela nas intenções de contratação dos empregadores para os próximos três meses